quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Família especial - parte 2

Os meus pais são uns castiços.

Casados de fresco, tudo passarinhos e perlimpimpins, no final da década de 60, a minha mãe resolve tirar a carta.

Isto é muito moderno, uma mulher tirar a carta nesta altura, pensam vocês, caro(a)s leitore(a)s. Mas o mais giro nisto tudo é que quem era o instrutor que a ensinou a conduzir, quem era??? Pois bem, o marido extremoso, meu pai.

Ora o sr meu pai é conhecido por ser uma pessoa paciente, principalmente com os alunos. Também é um gozão de primeira, com um sentido de humor muito perspicaz.

Com a minha mãezinha o caso não foi pacífico. Inúmeras vezes ficou ele sozinho no carro pois a minha mãe, ofendida, dizia que ele não mandava nela nem lhe falava assim.

Já tinha a carta e uma vez nas portagens o sr das portagens fugiu da cabine pois estava a ver o carro dirigir-se ao seu abrigo. Felizmente a mão do meu pai desviou o velho carocha de um destino cruel. Claro que esta história já foi contada e recontada vezes sem conta.

O ponto chave para que a minha mãe entregasse as "botas" no que diz respeito à condução foi o facto de nunca saber onde se ligavam as luzes do carro, e o meu pai explicava mas gozava mais um bocadinho com o facto.

Ainda conduziu mais umas 2 ou 3 vezes mas facilmente desistiu.

Quando o meu irmão tirou a carta a minha mãe arranjou a desculpa que queria: só há um carro e o miúdo precisa de conduzir. E quando eu tirei a carta mais força me deu.

E o nosso pai? Esse continua gozão.


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